muitos acreditam que treinar cura ressaca

Treinar cura ressaca. Mito ou verdade? 

Bem-estar

Após exagerar no consumo alcoólico no final de semana, muitas pessoas acreditam que se exercitar é uma boa forma de “expulsar” o álcool ou “curar” a ressaca. Mas será que isso é verdade ou apenas um mito popular?

Para esclarecer essa questão e entender os potenciais riscos envolvidos, conversamos com o personal trainer Caio Signoretti. 

Não é bem assim

Segundo Caio, a ideia de que o exercício pode curar a ressaca é, na maioria dos casos, um equívoco. Embora o exercício físico possa ajudar a acelerar a remoção das toxinas do corpo, não há evidências científicas sólidas que comprovem sua eficácia na eliminação mais rápida do álcool que circula pelo organismo. 

 “O exercício físico vai aumentar a frequência cardíaca e a circulação sanguínea, então isso por si só, já influencia o corpo a transpirar mais. Esse mecanismo fisiológico acaba ajudando a acelerar a retirada de toxinas do corpo e equilibra novamente o organismo, mas a principal causa da ressaca é a desidratação”, explica Caio Signoretti. 

Entretanto, se o indivíduo decidir treinar mesmo assim, é importante tomar alguns cuidados. O especialista orienta escutar seu corpo e não exagerar na intensidade do treino. Além disso, retorne a rotina o mais rápido possível. 

Qual tipo de treino é o mais indicado?

Entre exercícios aeróbicos ou treino de força, Caio ressalta que não há um único tipo que seja melhor para curar a ressaca. “O importante é a pessoa simplesmente retomar ou continuar seguindo a rotina dela. O que pode acontecer é que ela vai ter uma perda de desempenho por estar de ressaca, mas não vai ter um treino melhor ou pior para ela curar esse mal estar”, pontua.

De maneira geral, o álcool só atrapalha e não existe solução melhor do que não beber ou então aguardar o corpo fazer seu trabalho. Quando se está de ressaca, não é indicado exigir muito esforço do organismo porque ele já está trabalhando e concentrando toda energia celular para se desintoxicar da noite anterior. 

Segundo Caio, um metabolismo acelerado teoricamente facilita a metabolização do álcool, reduzindo a concentração dele no sangue e, consequentemente, os sintomas de ressaca. Isso ocorre porque enzimas como a álcool desidrogenase (ADH) e a aldeído desidrogenase (ALDH) metabolizam o álcool no fígado, convertendo-o em substâncias menos tóxicas. Dessa forma, pessoas com metabolismo rápido têm níveis mais altos dessas enzimas, metabolizando o álcool mais rapidamente.

No entanto, de acordo com o especialista, mesmo com um metabolismo acelerado pela frequente prática de atividade física, o consumo excessivo de álcool pode causar ressaca no dia seguinte devido a outros fatores como desidratação e qualidade do sono. Portanto, se hidratar ainda é uma das estratégias mais eficazes.  “Lembre-se que o corpo precisa de descanso e hidratação adequados para se recuperar totalmente. Portanto, a moderação é a chave, tanto na ingestão de álcool quanto na prática de exercícios físicos durante a ressaca”, finaliza Caio. 

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