Um novo levantamento inédito realizado pela Fiocruz e divulgado nesta quinta-feira (21), apontou que alimentos ultraprocessados são responsáveis por 1 a cada 10 mortes de brasileiros. São 57 mil óbitos por ano, o equivalente a seis falecimentos por hora.
Ainda segundo o estudo, essas mortes geram um prejuízo econômico para o Brasil de R$ 10,4 bilhões por ano. Esse valor inclui gastos com o Sistema Único de Saúde (SUS) e benefícios previdenciários e licenças médicas, além de perdas econômicas indiretas relacionas às mortes prematuras.
De acordo com o pesquisador da Fiocruz e autor do estudo, Eduardo Nilson, existem evidências na literatura científica que associam doenças como obesidade, hipertensão e diabetes tipo 2 ao consumo de ultraprocessados.
“Mesmo considerando essas doenças, utilizamos uma abordagem que é bem conservadora. Não buscamos superestimar nada, pelo contrário, adotamos premissas que subestimam o impacto”, afirma Nilson.
Para a realização do estudo, os pesquisadores utilizaram um método que calcula o impacto do consumo de ultraprocessados na saúde, partindo do princípio de que não há um nível seguro para a ingestão desses alimentos. Os pesquisados estimaram que o número de mortes poderia cair se ao menos a ingestão de ultraprocessados diminuísse.
O detalhamento dos óbitos por estados revelou que o Rio Grande do Sul (RS), Distrito Federal (DF), Amapá (AP), Paraná (PR) e Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Santa Catarina (SC), apresentaram uma média de mortes maior que a média nacional. Nilson justifica esse resultado primeiramente pela distribuição populacional e também por serem regiões onde o acesso a alimentos in natura são mais limitados e caros.
O pesquisador finaliza ressaltando a urgência na adoção de políticas públicas voltadas à conscientização sobre o consumo de ultraprocessados. Medidas essas que devem englobar rotulagem nutricional e regulação do marketing desses produtos, além da tributação adequada.
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