De acordo com um levantamento realizado pelo Observatório de Saúde na Infância da Fiocruz, as internações de bebês menores de um ano por bronquiolite, pneumonia e bronquite em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) registraram um recorde em 2023. Foram 153 mil internações no último ano, uma média de 419 por dia, o que corresponde ao aumento de 24% em relação a 2022. Esse é o maior número registrado nos últimos 15 anos.
O levantamento informou ainda que o SUS desembolsou R$ 154 milhões em 2023 para tratar os bebês internados, cerca de R$ 53 milhões a mais que o ano pré-pandêmico de 2019.
- Febre alta
- Tosse persistente
- Dificuldade para respirar
- Chiado no peito
- Lábios e unhas arroxeados
A médica com pós-graduação em Pediatria, Dra. Ana Jannuzzi, alerta às famílias para o aumento de casos e os cuidados.
“Normalmente a doença está associada aos períodos mais frios do ano, como no outono e no inverno. O que temos visto é que a infecção tem afetado as crianças pequenas desde o fim do ano passado. A bronquiolite pode levar a quadros graves e até causar a morte de pacientes com menos de 2 anos, em especial os prematuros e as crianças que vivem com doenças crônicas”, diz Jannuzzi.
Prevenção contra bronquiolite
Para prevenir a bronquiolite, a especialista explica que é necessário tomar alguns cuidados. “O mais importante para a prevenção é evitar contato com o vírus. Ou seja, evitar locais fechados, ficar próximo a quem está com sintomas respiratórios, lavar bem as mãos, em especial quando for pegar o bebê, e evitar beijá-los, especialmente no rosto e nas mãos”, pontua.
Ainda assim é bem complicado prevenir a doença principalmente se a criança tiver irmãos mais velhos que frequentam creches e escolas, pois elas acabam tendo contato com vários vírus. Dessa forma, as famílias precisam se atentar aos primeiros sinais da bronquiolite para buscar tratamento imediato.
Além disso, é importante que os cuidadores busquem auxílio médico para verificar a necessidade de internação. Mesmo sendo muito frequente, a gravidade da doença é considerada baixa. Isso porque, de cada 100 casos de bronquiolite, a estimativa é que 10 crianças precisarão de internação. E, desses 100 casos, apenas 1 vai precisar de suporte da UTI.
Vacinação
Recentemente, a Anvisa registrou a vacina Abrysvo, da empresa Pfizer, destinada ao combate do vírus sincial respiratório (VSR), causador de infecções no trato respiratório, com destaque para a bronquiolite.
O imunizante é indicado para prevenção da doença do trato respiratório inferior e da doença grave do trato respiratório inferior em crianças desde o nascimento até os 6 meses de idade, por imunização ativa em gestantes.
Isso significa que, para a proteção das crianças, a aplicação da vacina deve ser feita nas mães ainda na gestação, durante o segundo ou terceiro trimestre. A vacina não é aplicada diretamente nos bebês.
A vacina Abrysvo é dita bivalente, pois é composta por dois antígenos da proteína de superfície F do VSR. Sua administração é intramuscular e o esquema posológico envolve a aplicação de uma única dose.
Atualmente, o imunizante contra a bronquiolite está disponível apenas na rede privada, com preços que variam de R$ 1.650 a R$ 1.760. No entanto, a Pfizer já solicitou a inclusão da vacina no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e o pedido está sob análise do Ministério da Saúde.
Com informações da Anvisa.